As operações das forças de segurança no Estado de São Paulo, só serviu para aumentar a letalidade policial, enquanto o crime organizado continua avançando, inclusive com o envolvimento de policiais na prática de diversos crimes.
As mortes cometidas por policiais militares no estado de São Paulo aumentaram 46% até 17 de novembro deste ano, se comparado a 2023, segundo dados do Grupo de Atuação Especial da Segurança Pública e Controle Externo da Atividade Policial, do Ministério Público.
De janeiro a 17 de novembro deste ano, 673 pessoas foram mortas por policiais militares, contra 460 nos 12 meses do ano passado. Dessas 673 mortes, 577 foram praticadas por policiais em serviço. É o segundo ano consecutivo de aumento de mortes praticadas por policiais militares. Tanto neste ano quanto no ano passado, a Polícia Militar realizou operações na Baixada Santista consideradas as mais letais desde o massacre do Carandiru, com 56 mortos, em 2024, e 28, em 2023.
Desde antes de assumir o governo do estado, Tarcísio de Freitas (Republicanos) já dava sinais de que não iria ampliar o programa das câmeras corporais. Ao assumir o cargo, em 2023, confirmou que não adquiriu novas câmeras mesmo com orçamento disponível. Neste ano, o governo de São Paulo lançou um edital para a contratação de 12 mil novas câmeras corporais para a Polícia Militar. A gravação de vídeos pelo equipamento vai ser realizada de forma intencional, ou seja, o policial será responsável pela escolha de gravar ou não uma ocorrência. Nesta semana, um estudante de medicina de 22 anos foi morto por policiais militares na Vila Mariana, Zona Sul de São Paulo. Os PMs Guilherme Augusto Macedo e Bruno Carvalho do Prado, envolvidos na ocorrência, foram afastados de suas funções até o final das investigações.
Em razão do número de vítimas nas operações policiais, o uso inadequado dos instrumentos de registros, que visa segurança jurídica para ambos, cidadãos e os policiais, o STF notificou o governo de São Paulo para apresentar o novo plano de implantação das câmeras corporais.
Essa decisão do STF acontece após a ouvidoria da polícia militar notícia a suprema corte, supostas arbitrariedade e cometimento de crimes por policiais durante as operações, principalmente na baixada Santista