Segundo fontes da Polícia Federal (PF), o inquérito que investiga os atos antidemocráticos ocorridos em 8 de janeiro de 2023, vai ser concluído na próxima semana e o ex presidente Jair Bolsonaro será indiciado por vários crimes contra o Estado democrático de direito. O relatório, que reúne mais de 700 páginas, será encaminhado nos próximos dias ao gabinete do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).
Mais envolvidos
O documento incluirá os resultados da operação realizada na última terça-feira (19), que levou à prisão de quatro militares do Exército, todos de alta patente. Entre os detidos estão o general de brigada da reserva Mario Fernandes, o tenente-coronel Helio Ferreira Lima, o major Rodrigo Bezerra Azevedo e o major Rafael Martins de Oliveira, a PF busca identificar mais quatro envolvidos que aparece nas conversas do celular de Mauro Cid.
Investigações ampliadas
Além das detenções recentes, o inquérito abordará conspirações detectadas durante o período eleitoral de 2022 e nos meses subsequentes à derrota de Jair Bolsonaro (PL) para Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Essas investigações revelaram indícios de planejamentos golpistas, ampliando o escopo da apuração.
De acordo com fontes ouvidas pelo grupo globo, o relatório final deve resultar no indiciamento de diversas pessoas pelos crimes de tentativa de golpe de Estado, abolição violenta do Estado Democrático de Direito e organização criminosa. Apesar disso, não se espera que o documento solicite a prisão preventiva dos envolvidos.
Nomes de destaque no relatório
Entre os possíveis indiciados estão figuras de destaque, como o ex-presidente Jair Bolsonaro, os generais Walter Braga Netto e Augusto Heleno, além de Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro. A coluna Radar, da Veja, também cita outros nomes relevantes que podem ser mencionados no relatório.
Novo interrogatório e prisão
Na quinta-feira (21), Mauro Cid será interrogado novamente pelo STF. O depoimento, convocado pelo ministro Alexandre de Moraes, busca esclarecer omissões detectadas durante a delação premiada do militar, conforme constatado pela PF ao longo das investigações. Mauro Cid pode ter o benefício da delação premiada revogada e pode voltar a prisão.